Primeiramente, Você sabe o que é Nomofobia?

Nomofobia é o nome que se dá para as pessoas que são viciadas em celular. Esse vicio faz com que os celulares precisem estar em mãos a todo o momento. A maioria das pessoas não notam o quanto estão utilizando o aparelho e só percebem a dependência no último estágio. Apesar de parecer inofensivo, o objeto que faz parte da vida dos brasileiros pode estar causando diversas complicações que serão vistos agora ou a longo prazo.

  • 1) Problemas psicológicos: Devido problemas no cotiado, algumas pessoas deixam de viver a realidade para se prender ao mundo virtual. Começam a ficar refém de tudo que está relacionado com o mundo digital e de sua interação dentro dele, como curtidas e comentários. Esse escape para não se sentirem sozinhas podem causar dependência, depressão e ansiedade.
  • 2) Insônia ou distúrbios do sono: As luzes e os sons emitidos pelos celulares minutos antes de dormir ou durante o sono podem deixar o corpo em estado de alerta. Isso não permite que o usuário desligue por completo e atrapalha uma boa noite de descanso.
  • 3) Estética: Além de problemas psicológicos, usar celular por um longo tempo pode trazer algumas alterações físicas. Ficar com o pescoço para frente e inclinado para baixo, podem alterar os contornos do rosto e proporcionar a perda de elasticidade. Isso pode aumentar a probabilidade de criar rugas e papadas (gordura no queixo).
  • 4) Complicações oculares: Por causa das letras pequenas e o uso do aparelho no escuro, os celulares podem causar problemas de visão, muitas vezes gerando a necessidade de usar óculos. Outra preocupação é o excesso de luz e foco, que podem causar secura e inflamações.
  • 5) Infecções: O celular é utilizado por todas as pessoas nos mais diversos lugares, como locais públicos, hospitais e banheiros. Esse fator faz com que o celular seja um grande acumulador de micróbios e bactérias. Por causa disso, ele pode ser um grande disseminador de doenças e infecções.
  • 6) Problemas de postura: Quando mexemos nos aparelhos celulares temos o costume de inclinar o pescoço para frente e não prestar atenção na nossa postura. Essas posições erradas podem causar dores no pescoço, nos ombros e até mesmo dores de cabeça. Caso não mude essa atitude, problemas mais graves podem surgir como uma doença chamada nevralgia (dor nos nervos).

“Tudo na palma da mão”. Muitos brasileiros aumentaram o tempo de uso de celulares na pandemia da covid-19 e a necessidade de distanciamento social levou a novas formas de relacionamento e de consumo. Uma pesquisa de saúde pública da Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais e publicada no periódico American Journal of Health Promotion indicou que o tempo gasto em lazer no celular, computador ou tablet passou de 1,7 hora para 2,2 horas por dia. A mesma pesquisa mostra que adultos ficam, no mínimo, três horas no celular diariamente e esse tempo excessivo pode acarretar problemas que se refletem no corpo todo. 

A psicóloga do Hospital Universitário Cajuru, Aline Oliveira, destaca que a comodidade relacionada a ter “tudo na palma da mão” pode ser maléfica principalmente para o público mais jovem que tem nessas respostas rápidas uma espécie de gatilho, já que existe uma tendência de esperar que no mundo real as respostas sejam tão imediatas quanto no digital. “Temos que ter em mente que não é assim que o mundo real funciona, nem sempre as respostas são imediatas e muito menos elas vêm da maneira como vislumbramos. Por isso as interações sociais, convívio, são fundamentais”.

Já a neurologista do Hospital Marcelino Champagnat, Patrícia Coral, complementa que essa expectativa e o contato prolongado com o celular podem gerar transtornos de ansiedade, depressão, dificuldade de concentração e insônia. “Além de problemas relacionados ao sono, pelo atraso na produção da melatonina causada pela luminosidade do aparelho, o que nos preocupa são as redes sociais que podem trazer problemas maiores já que a impressão que temos é que a vida dos outros é sempre melhor que a nossa, porque as pessoas só postam o que é bom, são festas, prêmios”, explica. “A moderação deve ser a palavra-chave nesse ponto. Inclusive há aplicativos com jogos que ajudam a exercitar o cérebro e podem ser benéficos. A tecnologia está aí para nos ajudar e devemos tirar o melhor proveito dela”, complementa a neurologista.

Impacto na postura

Impacto na postura pelo uso excessivo do celular

As horas passadas de olho na tela podem, em um futuro não muito distante, alterar também nossa postura de forma definitiva. O ortopedista especialista em coluna do Hospital Marcelino Champagnat, Antonio Krieger, explica que a posição do pescoço no momento em que ficamos com o smartphone na mão ou até mesmo no notebook pode causar dores crônicas. “Uma cabeça média pesa 6 kg quando na posição normal e alinhada à coluna. Mas, ao inclinar a cabeça em 15 graus, esse peso dobra e, dependendo da postura da pessoa, ela pode fazer uma sobrecarga de 30 kg. Quem não faz nenhum trabalho para fortalecer essa musculatura, a médio e longo prazo, vai desenvolver artrose de coluna ou calcificação”, afirma. 

Segundo o ortopedista especialista, a dica para evitar esses problemas é manter as telas na linha do horizonte, regular a postura do corpo durante a utilização desses aparelhos e praticar atividade física regularmente. “O exercício físico é nosso maior aliado. Assim conseguimos manter a saúde do corpo e da coluna, pois com ele fortalecemos a musculatura e o alongamento e isso ajuda a prevenir dores e o desgaste precoce”, frisa Krieger.

Problemas que vão além

E esse uso excessivo pode mexer com outras partes do corpo. O proctologista do Hospital Marcelino Champagnat, Paulo Kotze, alerta sobre os riscos para quem só consegue ir ao banheiro com a companhia do celular. “Uso de celulares, tablets ou até mesmo jornais, faz com que as pessoas fiquem mais tempo sentadas na posição de evacuação e isso é prejudicial. Sentar longamente no vaso pode causar doenças como hemorróidas, fissuras anais e espasmos musculares”, alerta Kotze. 

* Aline Oliveira, psicóloga do Hospital Universitário Cajuru.

* Patrícia Coral, neurologista do Hospital Marcelino Champagnat.

* Antonio Krieger, ortopedista especialista em coluna do Hospital Marcelino Champagnat.

* Paulo Kotze, proctologista do Hospital Marcelino Champagnat.

Fonte: globalmedclinica.com.br | odebate.com.br

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